Areias Monazíticas de Guarapari

Areias Monazíticas de Guarapari

Em 1896, o engenheiro John Gordon conseguiu permissão oficial para extrair monazita em terrenos devolutos de Marinha e adquirir por compra, o direito de lavrar terrenos particulares.

As areias monazíticas de Guarapari foram descobertas em 1898 e, em 1906, a "SOCIÉTE MINIÉRE ET INDUSTRIELLE FRANCO-BRASILIENSE" instalou em Guarapari a usina "MIBRA - Monazita Ilmenita do Brasil" para fazer o beneficiamento destas areias, exportando o produto a ser tratado na França. O último administrador da MIBRA foi Boris Davidovitch - cidadão Tcheco, naturalizado americano que suspeitava-se ser o testa de ferro de John Gordon.

A MIBRA funcionava dia e noite, tendo três turnos de operários, que recebiam salários miseráveis, desconhecendo a utilização e para onde eram levadas as areias de Guarapari. A firma pagava 4% do valor da areia bruta de taxas ao governo, sendo ainda deduzidos os preços do transporte e o direito de exportação.

A empresa explorou as areias de Guarapari até meados de 1960, quando o governo elevou o valor da taxa de extração das mesmas. Os proprietários simplesmente abandonaram tudo, queimaram a documentação, já haviam ganho tudo que queriam.

As areias eram separadas por lavagem e eletroímã.

ILMENITA - De cor preta. É constituída de: Titânio, ferro, magnético, outros metais e vem sempre acompanhada de rutilo e hematita. Usada na indústria metalúrgica.

GRANADA - De cor vermelha, é encontrada em abundância em Guarapari, mas somente em pequenos cristais, o que a torna inaproveitável para a fabricação de jóias. Contém, em proporções variáveis, o alumínio, o ferro, o cobre, o cálcio, o magnésio, o manganês e outros metais. Usada na fabricação de vidros especiais para lente microscópios, telescópios e lentes fotográficas.

ZIRCONITA - De cor cinza, tem zircônio. É utilizada na indústria ótica e de vidro, na indústria química e metalúrgica, na fabricação de esmaltes porcelanizados, louças de primeira qualidade, cerâmicas sanitárias, etc.

MONAZITA - Amarela escura. É um fosfato de diversos metais, que contém Tório, do qual se extrai o Hélio e outros metais, usados na desintegração atômica. Ricas em Terras Raras: o Samário de alta pureza que é empregado na fabricação de minúsculos super- ímãs, usado na miniaturização dos equipamentos eletrônicos, da indústria aeroespacial aos fones de ouvido de alta sensibilidade acústica, componentes de computadores e motores de carro; o Neodímio junto com o Ferro e o Bório fabrica-se outro super-ímã, ainda mais avançado e barato que está dominando a eletrônica. O ítrio serve para produzir ligas metálicas para avião, a cerâmica de alto desempenho que fazem os trens balas japoneses levitarem, e é responsável pela fluorescência do aparelho de televisão. O Samário, o Európio, o Gadolínio e o ítrio entram na fabricação de tinta que torna os aviões imperceptíveis aos radares, (“ desenvolvido nos laboratórios do Instituto de Pesquisa da Marinha- IPQM, no Rio de Janeiro”). O Homio, o Túlio e o Érbio são usados para fabricar raio laser que está substituindo a broca dos consultórios dentários, tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros do IPEN-SP (Instituto de Pesquisa e Engenharia Nuclear). As Terras Raras entram na fabricação de pedras de isqueiros e das baterias dos telefones celulares.

O Brasil detém detêm a 2º maior reserva de Terras Raras do mundo, calculados em 29 milhões de toneladas, só perdendo para a China. O termo Monazita vem do grego MONAZEIN e significa "estar solitário", o que determina sua raridade.

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